A estação dos amores perdidos
Está coberta por uma névoa de tempos distantes
E nela, às vezes
Nós vemos dois arco-íris.
Há trens que chegam e não chegam,
Há trens que demoram uma vida em chegar,
Os céus gritam um nome a cada vez
Ou explodem e confundem os nomes,
E tudo é árido e submarino
E tudo é espera e passos que se vão
Como um louco que persegue o horizonte
Como uma sacola que voa pelos ares...
Um filme que nunca terminou,
Que nunca, sentados no distante sofá, acabamos de ver.
Sempre na estação há um momento em que todos se sentam
E pensam no que foi, no que poderia ter sido...
Jovens e velhos olhando para o céu estagnado
Enquanto os trens chegam, vão, rompem o horizonte
E o antigo relógio, num poste abandonado
Parece dar sempre e sempre a mesma hora.
By: Gonzalo Bolliger